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Minhas aulas de circo

Por Ju Acácio - 24 de novembro de 2015

Respeitáveis leitores e leitoras! Estou aqui para contar um pouquinho sobre essa modalidade de atividade-delícia  que venho praticando, o circo. Muitas pessoas me perguntam como funciona, se é puxado, se é fácil, se dói (oi?), se são exercícios leves…  Eu também tinha um monte de dúvidas antes de começar! Às vezes mesmo explicando eu sinto que uma pessoa ou outra não entende direito o objetivo ou o motivo de alguém praticar circo, se é que posso dizer assim. Enfim, devia ter uns ‘2 anos e pouco’ que eu não praticava atividade física regularmente.  Agora o circo me pegou de jeito e pela primeira vez (na vida!) eu sinto um enorme prazer em fazer exercícios, coisa que nenhuma academia por mim frequentada, jamais conseguiu. 

 O mais bacana  é que fazemos exercícios de forma bastante descontraída, tiramos os sapatos, colocamos os pés no chão e nos divertimos. Ao mesmo tempo em que trabalhamos flexibilidade e alongamento, postura e equilíbrio, fortalecermos os músculos da barriga, bumbum, braços, pernas e costas. Uma forma muito diferente de tudo que já vi.

Conversei um pouquinho com a minha professora-palhaça pra lá de querida e também sócia do espaço Amplitud (onde eu faço as aulas) sobre os exercícios do circo. Olha só!

Juliana Acácio: Qual a sua formação e como você foi parar no circo?

Deborah Lisboa: Eu sou formada em Educação Física pela Faculdade Metodista Granbery, em Juiz de Fora. Fui parar no circo porque comecei a enxergar que ele poderia somar como atividade física, principalmente para o ciclo infantil. Percebi que os pais buscavam atividades para o desenvolvimento motor e a socialização da criança e o circo é muito completo. Ao mesmo tempo, fui vendo o quanto os adultos também estavam necessitando dessa atividade e foi pensando nessas situações que fui buscar uma especialização em Belo Horizonte.

J.A.: A partir de quantos anos já se pode praticar atividades de circo?

D.L.: Nas minhas aulas à partir de 3 anos. São aulas mais lúdicas, envolvendo brincadeiras e elementos do circo, mas sem nenhuma cobrança técnica, somente a partir dos 7 anos. E para os adultos, trabalho de acordo com os objetivos individuais. Às vezes a pessoa está procurando fortalecer a musculatura, uma vida melhor, ter mais saúde… Enfim, através das atividades do circo elas conseguem esse objetivo.

 J.A.: Há alguma restrição?

D.L.: É preciso analisar caso a caso. Tenho alunos com hérnia de disco, mas outros com problemas similares não se adaptaram. Vai depender muito da condição física de cada um e de qual experiência motora essa pessoa teve na vida. Preciso considerar tudo porque trabalhamos com o peso do próprio corpo, em suspensão principalmente, mas no geral, o circo tem espaço pra todo mundo. Se você não se adaptar à força nas atividades aéreas, você pode se dar bem nas atividades motoras como malabarismo e bambolê. O bambolê, por exemplo, não tem restrição alguma, grávidas, senhoras e crianças. É pra todo mundo!

J.A.: Quais são as modalidades?

D.L.: Circo Geral e Aéreo. O circo geral trabalha todas as modalidades do circo que são: acrobacia de solo, acrobacia aérea, malabarismo e equilibrismo. Já nas aulas de aéreo trabalhamos as acrobacias dos elementos suspensos que são eles: trapézio, tecido marinho e tecido liso, lira e mais o que a gente quiser pendurar! Rs. Ambas as aulas temos uma preparação física antes, com aulas aeróbicas e um trabalho de força mais localizado para aí sim, irmos às alturas e as técnicas.

J.A.: Academia pode ser substituída por aulas de circo?

D.L.: Não era bem a minha intenção, rs, mas vejo que as pessoas estão realmente buscando atividades que trabalhem não só o corpo, mas também a alma. E a arte tem muito disso e o circo mais ainda porque é muito alegre, as aulas são muito descontraídas. Os alunos comentam comigo “Eu espero sair do trabalho pra vir feliz para o circo!” e antes, ir pra academia era um sacrifício.

J.A.: Existem competições, campeonatos ou algo do tipo?

D.L.: Existem as convenções brasileiras de circo. Na verdade é um encontro nacional para todo mundo que gosta de circo ou trabalha com circo. A próxima será em Janeiro em Barbacena e lá fazemos algumas competições como equilibrar clave na cabeça por mais tempo, gladiador de bambolê onde um tenta derrubar o bambolê do outro entre outros. Na modalidade ‘resistência de bambolê’ que eu já ganhei uma vez! No final de tudo é uma grande brincadeira, como no circo tudo é.

J.A.: Como foi que você se interessou especificamente pelo bambolê?

D.L.: Quando eu cheguei em BH para a especialização, o grupo já estava montando um espetáculo e eu não teria o tempo hábil para um número muito elaborado. Encontrei uns bambolês abandonados em uma sala, lembrei das apresentações do grupo “É o Tchan!” (gargalhadas!)  e resolvi incorporar na minha apresentação de palhaça que já fazia em Juiz de Fora. Depois comecei a pesquisar mais, encontrei pessoas do Brasil inteiro e hoje formamos um movimento nacional. O 3º Encontro Nacional será em São Paulo em Dezembro e eu irei representando Minas Gerais.

J.A. Qual a principal mensagem que o circo quer passar para as pessoas?

D.L.: O circo é um lugar pra gente ser feliz, uma atividade pra te deixar saudável, pra você superar os seus limites. E a superação é sempre em cima do que você consegue e não em cima do que o outro já conseguiu. Isso muda o dia a dia das pessoas e faz com que a gente encare os desafios da vida de uma maneira diferente. Funcionou comigo e estou vendo que funciona pros meus alunos também. 

Ficou interessado? O espaço Amplitud fica na Rua São Mateus, em Juiz de Fora. Vocês podem entrar em contato através da FanPage, clicando aqui

Beijos com cambalhotas para vcs!

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